O turismo como uma opção de incremento da economia, com a geração de novas oportunidades de negócios e empregos e com fortalecimento do nome e da marca de uma cidade e região que são referências no agronegócio. Essa é a síntese do 3º Fórum Rotas Turísticas como Estratégia de Desenvolvimento Territorial, organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Cascavel e parceiros. As atividades foram realizadas no auditório da prefeitura, na noite de terça-feira, com a presença de cerca de 200 pessoas.

O presidente do Conselho, Edson José de Vasconcelos, falou sobre as articulações necessárias para que se reflita sobre o futuro que se quer para a cidade. E há um conjunto de ações ligadas a essa lógica, como nas áreas de transporte e mobilidade, energias renováveis, educação e a busca de novas oportunidades de crescimento do território. O secretário de Desenvolvimento Econômico, João Alberto de Andrade, ressaltou a importância de a sociedade, por meio do Conselho, envolver-se e participar da construção de uma Cascavel para o futuro.

O fundador da CVC e um dos maiores empresários do ramo turístico do País, Guilherme Paulus, falou sobre O turismo como fator de estratégia de desenvolvimento. Paulus fundou em 1972 aquela que se transformaria em marco para as agências de viagens do Brasil, alcançando com os anos o posto de maior da América Latina e do mundo. Estabelecida em Santo André, no interior do estado de São Paulo, a CVC é considerada uma empresa de vanguarda, porque projetou o turismo brasileiro a um novo patamar. “Fomos os primeiros em muitas coisas, sempre com a meta de fazer o turismo acessível a todas as pessoas”.

Com a CVC, Paulus constituiu um novo modelo de negócio. Ele levou a empresa para o ambiente dos shoppings e foi o primeiro a usar ônibus double-deck no turismo rodoviário. “Vi esses veículos em ação em Londres e então percebi que havia uma grande chance para esse tipo de transporte no Brasil. E deu certo”. A CVC foi a primeira a ter hotel, a fazer fretamento de navios e a criar franquias.

Em 2009, a empresa foi vendida para uma multinacional norte-americana. Hoje, ela está avaliada em R$ 9 bilhões. Em 2017, a CVC atendeu a cinco milhões de pessoas e em 2018 serão seis milhões. Mas o potencial da América Latina, que tem 500 milhões de habitantes, é para muito mais. Guilherme Paulus criou há 23 anos uma rede de hotéis de alto padrão, que hoje conta com 1.591 funcionários e 2.260 apartamentos. Ele citou o Brasil como polo emergente de turismo, com 200 milhões de viagens domésticas por ano e atração de 6,5 milhões de visitantes internacionais. E orientou quanto à estruturação de uma cadeia de turismo, que deve ter empresas de transporte, receptivo, hospedagem, operadoras, agentes de viagens e atrativos locais.

Prosperidade
A cadeia do turismo, bem gerida e articulada, é um fator de prosperidade, afirmou Guilherme Paulus. “O turismo é o negócio da felicidade, alicerçado em passeios, compras, gastronomia e integração”. Essa é uma das indústrias que mais crescem no mundo, que movimenta mais de R$ 20 trilhões por ano e que dá emprego e renda a milhões de trabalhadores. “Nova York, que estava em dificuldades na década de 1970, mostrou como o turismo pode transformar a economia e virar uma estratégia de negócios para um país inteiro”. Paulus afirmou que com o governo de Jair Bolsonaro o turismo terá uma grande oportunidade de avanço no Brasil.

Cascavel precisa ser um produto turístico, que ressalte tradições, história, estrutura, equipamentos e tudo o que pode gerar interesse. A Festa do Trabalhador, que está no guiness book pela enorme quantidade de costelões que assa simultaneamente, precisa ser mostrada e potencializada, destacou Paulus.

A professora especializada em turismo rural, Andreia Roque, afirmou que Cascavel tem uma forte identidade rural produtiva que pode fazer da cidade um ponto ainda mais conhecido e valorizado até no exterior. Ela deu dicas de como elaborar uma rota turística, que precisa reunir todas as potencialidades de um destino, e citou como exemplo a Holanda, reconhecida e procurada pela produção de leite e derivados. “É possível fazer o turismo acontecer e gerar dividendos, mas, para isso, todos precisam acreditar e trabalhar de maneira harmoniosa e organizada”.

Cascavel como polo regional do agroturismo foi o tema de exposição apresentada pelo presidente do Visit Iguassu, Jaime Nascimento. Ele pontuou aspectos que levaram à organização do turismo em Foz do Iguaçu e de como essas experiências podem contribuir para fortalecer o segmento em Cascavel. Apenas em 2018, Foz atraiu 90 eventos e a meta de captação de novos, para 2019, é de 45. Foz é o terceiro principal destino brasileiro de eventos internacionais e, seguindo os passos certos, é possível ter acesso ao que ocorre no mundo e selecionar o que se pretende atrair.

Um dos caminhos possíveis para Cascavel, segundo Jaime, são congressos, convenções, visitas técnicas e feiras. É preciso, para tanto, contar com um banco de eventos, fazer visitas às grandes mostras do setor e mostrar materiais diversos que possam apresentar e vender a cidade como um atrativo. Também é necessário fortalecer o Convention Bureau, desenvolver novos produtos e criar um calendário anual, por exemplo, de eventos esportivos, lembrou Jaime. O fórum marcou também para a criação da décima câmara técnica do Conselho de Desenvolvimento, voltada ao turismo.

Crédito: Assessoria

Parceiros

Os parceiros do Conselho de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Cascavel no Fórum Rotas Turísticas foram: Sesi, Cotriguaçu, Sicoob, Nova Fase, Pezzini e Tápia, Murog, Convention Bureau, Prefeitura e Luiza Ribeiro Eventos Corporativos.