O professor Carlos Paiva fez, durante o 1º Fórum do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Sustentável de Cascavel, terça-feira à noite, no Teatro Municipal, a apresentação de indicadores e de conceitos de cadeias que contribuirão para ajustes decisivos no processo de consolidação de um esforço conjunto para garantir um futuro próspero ao município. Paiva afirmou, diante das informações que apurou, que Cascavel tem uma característica singular interessante, de ser um polo que não compete e que não asfixia a sua periferia. Que, pelo contrário, contribui para harmonizar o crescimento.

As mais de 600 pessoas presentes tiveram contato com conceitos poucos difundidos na região, a exemplo das cadeias propulsiva, multiplicativa e reflexiva. As propulsivas são aquelas que trazem a renda básica para o território, gerada pelos bens produzidos e exportados. No caso de Cascavel e do Oeste, o epicentro econômico são as cooperativas. As multiplicativas são aquelas que fazem o dinheiro circular, mas que têm forte dependência da propulsiva. “Se a primeira tiver problemas, a segunda também terá”, conforme Paiva. Já as reflexivas são, basicamente, formadas por empresas que atraem consumidores de fora para gastar aqui, com destaque aos atacados.

Ao apurar e confrontar dados a partir de um conceito conhecido por Quociente locacional, que indica o número de pessoas empregada em cada setor, é possível fazer uma leitura técnica das cadeias. Ao analisar esses dados, observou o professor, percebe-se que o território é muito mais especializado do que parece. O diagnóstico identifica informações preciosas, como dos chamados elos fracos que se transformam em oportunidades aos investidores. “São formados por áreas nas quais a demanda é maior que a oferta. Hoje, um dos pontos fracos da região é a logística”, indicou Carlos Paiva. “É o enfrentamento e a superação dos gargalos que criarão a base para um futuro próspero e harmonioso. Aprende-se fazendo”, afirmou o doutor em Ciências Econômicas.

Planejamento
O planejamento do território segue um esquema organizacional simples, porém indispensável para o êxito do projeto. Deve-se identificar as cadeias, mapear os gargalos, hierarquizar investimentos para enfrentar as carências (sempre a partir da que emprega mais pessoas e tem mais chances de sobrevivência a longo prazo), analisar o grau de multiplicação das atividades no território e ampliar o poder multiplicativo por meio de políticas de distribuição de renda.

Legenda
Mais de 600 pessoas participaram do Fórum, na noite de terça-feira
Crédito: Assessoria