Números da pesquisa realizada pela força tarefa constituída para estruturar o plano de retomada econômica de Cascavel convergem com dados do Caged, que mostram um impacto menor na queda do emprego em Cascavel
O resultado da Pesquisa sobre os Impactos Econômicos da Covid-19 em Cascavel, que ouviu 739 empresários e que irá balizar o Plano de Retomada Econômica, aponta que apenas 13% das empresas ouvidas reduziram o número de funcionários após o início da pandemia, 66% estão mantendo e 21% disseram ter aumentado as contrações.
O impacto negativo na geração de emprego, provocado pela pandemia do novo coronavírus, foi menor em Cascavel, quando se compara com as principais cidades do Paraná.
De acordo com os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e desempregados), do governo federal, nos cinco primeiros meses do ano Cascavel fechou 298 postos de emprego. Em Foz do Iguaçu, por exemplo, a queda na geração de emprego fez com que 5.517 postos de trabalhos desaparecessem no mesmo período. Londrina fechou 4.983 vagas formais e Maringá 3.774.
Dos empresários ouvidos, 31% classificou a saúde financeira de suas empresas como boa ou muito boa. Outros 40% disseram estar regular e 29% afirmaram que as finanças estão ruins ou muito ruins.
Mesmo afetadas pelas medidas restritivas que impôs o fechamento das atividades não essenciais, 55% das empresas ouvidas estão otimistas em relação à recuperação dos negócios. Os números mostram ainda que 41% das empresas não precisaram contratar crédito bancário para manter os funcionários atuais. Outras 33% já recorreram ao empréstimo e 27% ainda não têm certeza da necessidade de crédito.
Para contornar os impactos da pandemia nas questões trabalhistas, as empresas usaram várias ferramentas. De acordo com os números, 64% delas usaram a redução da jornada de trabalho, adiantamento de férias e suspensão temporária do contrato de trabalho.
Investimentos
Das empresas ouvidas, 78% afirmaram que tinham previsão de investimentos para o ano de 2020 e, desse total, apenas 16,5% cancelaram os projetos. As demais mantiveram o cronograma ou estão revendo essas condições. Elas também informaram que têm o marketing digital e a inovação como os aliados prioritários para as suas estratégias de mercado.
Os 739 empresários foram ouvidos entre os dias 5 e 22 de junho são empresas dos setores primário, secundário e terciário. A pesquisa tem confiabilidade de 95% e margem de erro de 3,6%.
Ações previstas
Dentro do Plano de Retomada Econômica, várias ações estão previstas, algumas delas já em andamento ou realizadas, como é o caso do diagnóstico econômico da cidade. Outra ação é o estímulo ao crédito, com a criação do Banco da Mulher. O Município de Cascavel lançou um pacote de obras públicas, que já estão acontecendo, com mais de R$ 80 milhões em investimentos.
Além disso, está em fase final de estruturação, um amplo programa de compras públicas, que vai estimular as compras locais. Na semana passada, o prefeito Leonaldo Paranhos sancionou a lei, aprovada pela Câmara de Vereadores, que dispõe sobre tratamento diferenciado para micros e pequenas empresas locais na hora de contratar com o Município. Elas terão prioridades na hora de participar de licitações com valor máximo de até R$ 80 mil.
“O Município de Cascavel está bem adiantado em um dos principais pilares da retomada, que é o eixo econômico. Estamos prevendo várias ações que poderão fazer a diferença neste processo. É essencial que haja apoio da população e, também, da imprensa, que poderá dar ainda mais alcance às iniciativas previstas”, comenta o consultor do Sebrae/PR, Adir Mattioni.
O consultor destaca que são várias ações previstas que podem fazer a diferença no processo de retomada. “É um conjunto de ações estruturadas que está sendo elaboradas pela iniciativa pública e privada para minimizar os impactos e acelerar a retomada da economia para as empresas de Cascavel”, afirma. Além disso, há ações na área de inovação e tecnologia com processos de editais para startups, ampliação do atendimento para o MEI e fortalecimento do e-commerce.
Fonte: Assessoria